Tão bom pudesse o frio congelar a dúvida, afogar a incerteza e na tempestade o furacão parar...
Apressar o tempo, recuar os dias, avançar nas horas...
Porquê remar na dor?...
Porquê largar razões?...
Talvez sopre o vento a favor,
Talvez mande tudo para o ar...!!
”“Talvez”… apenas o “talvez” preenche o vazio do destino
.Chove!...e o sol que se prometera intacto teima em partir…longe da vista... escasso aos reflexos da luz. Sentidos, acordes, papel, tudo, e mais ainda, nada!
É o Céu que chora, a claridade que se esvai, o tempo que corre, o nevoeiro da tarde que desce até aos candeeiros apagados, a pedra solta da calçada que faz desviar o homem do seu caminho, o sorriso discreto de alguém.e a tristeza miudinha te ter, aquilo que não se tem.
É tudo… e mais ainda…nada!
A vida é um cenário de noites, de gentes, de coragem, de miragem no teatro de um olhar, de histórias, de memórias, de improvisos, de ensaios e de sorrisos, de gestos, de abraços e segundos, na incerteza de sonhar.
Na pintura dos sentidos as tintas confundem-se, as cores dissolvem-se e a certeza de uma qualquer paisagem vaga amplia.
Na escassez de um breve espanto tudo fica imóvel e o vendaval da alma lentamente acalma para acordar mais tarde.
“È tão bom deixar andar, deixar o tempo nos levar...que eu não sei viver de cor…
”Porque ás vezes “talvez” nem no nosso refúgio sentimos o chão calmo, o céu livre… nem a solidão da noite companheira de algum sossego forçoso…
É tudo… e mais ainda…
Dorei. Bejim.
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