domingo, 12 de setembro de 2010

Monarquia Sentimentalista


Há tantos assuntos para serem discutidos nessa vida
Perante tais assuntos, sempre acabo optando pelo amor

Por que tal tópico é tão importante pra mim?

Seria insuficiência?
Necessidade?
Abundância?
Sabedoria?
Ingenuidade?

Insuficiente perante amor, eu não sou, mas essa falta independe somente de mim.
Pode ser falta de amor recebido, compartilhado, correspondido.
Ao falar de necessidade, lembro-me de pão e vinho, algo para comer e beber.
O amor não é necessário para a vida. Amor não sustenta. Amor não dá forças!
Amor traz depressão após sofrimento, sofrimento após a suposta felicidade
Amor traz medo após maturidade, maturidade após inocência
Abundância é um termo perigoso.
Dizer que o amor sobra em minha existência?
Isso sim seria inocência, amor é algo que não sobra em lugar algum.
Amor traz paz de espírito, por alguns momentos apenas
Não, o amor não sobra em mim, não há tanto amor assim.
O amor não REINA, o amor GOVERNA, não é definitivo, é passageiro.
Hoje em dia não basta amor, não vivemos em um conto de fadas
Nada é perfeito. O amor deixou sua fidelidade de lado, e se apegou ao materialismo
O amor se aproximou a paixão, o sentimento a emoção
Tornou-se superficial, maduro, inteligente, calculista, visionário
Deixou de lado características bonitas e fantasiosas por falsidade e trapaça
Sabedoria? Isso é algo necessário para a época atual
Quanto mais sabemos, mais podemos opinar. Optar pelo certo
Diminuir o risco de errar, diminuir o risco de sofrer, diminuir o risco de amar, bobear
Quanto mais sabemos, menos erramos, menos amamos, mais aprendemos
Se isso é fato, estaria eu igualando o ato de amar com o de errar?
Seria então errado, amar? Sentimento tão idealizado como o amor
Sentimento que ousam comparar com uma estatueta de cristal, imaculada
Sentimento virgem, divino. Posto em pedestal por tantos outros
Por fim, a ingenuidade. Mas porque a ingenuidade vem ao final?
Pode-se dizer que a ingenuidade é a raiz do amor, logo, a raiz do erro, do sofrimento
Pessoas ingênuas acabam sendo atingidas mais facilmente pela flecha do cupido
Pessoas ingênuas acabam sendo atingidas mais facilmente pela chamada a realidade
Pessoas ingênuas acabam sendo atingidas mais facilmente pela nostalgia diária
Assim é o mundo real, se você não o conhecia, seja bem vindo a Terra
Você acaba de chegar ao planeta mais humano que há, e isso não é um elogio
O que você verá nesse mundo é a realidade, fria e cruel realidade
Verá o que vejo há pouco tempo, mas que parece ser uma eternidade
Embarcará em uma viagem com um único ponto de partida e um único ponto de chegada
O mundo romântico e idealizado que você conhecera há tempos, se foi
Este é o novo mundo, o primeiro mundo. O amor governa, mas quem reina é o capital que cada um possui
Este é o mundo real. Não é um mundo humanitário, é apenas humano, corrompido pelos interesses próprios de cada um
Ao chegar neste mundo, pensei estar em um lugar melhor, apesar de não me lembra do lugar que eu podia chamar de lar
Agora, na maturidade, posso ver o que realmente acontece lá fora. Fora das quatro paredes do meu quarto
O amor que tanto idealizei. Que demonstrei e compartilhei, não é mais válido
Só me resta orar para que ao fim da jornada, o amor seja monárquico. Absolutista..

Um comentário:

  1. Amor traz depressão após sofrimento, sofrimento após a suposta felicidade
    Amor traz medo após maturidade, maturidade após inocência
    Este é o novo mundo, o primeiro mundo. O amor governa, mas quem reina é o capital que cada um possui


    Cara.. de longe o melhor texto que vc já fez. Bravo!!

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